segunda-feira, 2 de abril de 2012

"Como o Acará foi pro fim da fila?"

 
A região conhecida como Vale do Acará era formada por Mojú, Concórdia do Pará (que pertencia a Bujaru), Tomé-Açu, Tailândia e Acará, tendo como sede a cidade de Acará distante cerca de 100 km da capital Belém. Com o passar dos anos esses “distritos” começaram a pressionar o governo paraense exigindo suas emancipações, o que de fato ocorreu.
A região do vale do Acará por ter um solo muito propício para o desenvolvimento da agricultura há anos atrás atraia muitos imigrantes e serrarias em busca de madeira. Vou falar um pouco de cada particularidade dos municípios emancipados e explicar o porquê do Acará ter sido deixado para trás em relação as suas antigas sub-sedes.
A região de Tomé-Açu é a terceira maior colônia japonesa no Brasil tendo como principal atividade desenvolvida pelos japoneses o cultivo da pimenta do reino, posteriormente a plantação de cacau, acerola e cupuaçu. O município conta com uma associação que exporta as polpas das frutas para os Estados Unidos e alguns países da Europa. Outro fator de total importância para o desenvolvimento de Tomé-Açu foi a exploração da madeira. Os gestores municipais da cidade sempre buscaram elaborar projetos para conseguir recursos junto ao governo estadual e federal. Hoje a cidade é um dos principais pólos de plantação de dendê que será beneficiado para a produção do biodiesel. Em 2010 a cidade recebeu a presença do presidente Lula no lançamento do Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil.
Mojú também é um município que teve seu desenvolvimento graças a exploração da madeira e agricultura, outro fator que também contribuiu para o seu desenvolvimento foi a proximidade da capital Belém. Atualmente a cidade tem um comércio muito forte. A construção da Alça Viária alavancou a economia do município. São várias as carretas que cortam o município carregadas de mercadorias para abastecer as localidade mais próximas. Mojú também teve gestores engajados no desenvolvimento do município. Vale ressaltar que ainda falta fazer muitas melhorias no município.
Concórdia do Pará surgiu no auge da extração de madeira na década de 60. Primeiramente foi aberta uma estrada, em direção ao município de Tomé-Açu, a qual atraiu diversos migrantes. Antes, era uma pequena vila pertecente ao município de Bujaru. Em 1988, iniciou-se o processo de emancipação político-administrativa de Concórdia do Pará, através de seu representante Walmir de Araújo Alves, vereador na época.
Tailândia. A movimentação para se colonizar a região em que está inserido o município de Tailândia deu-se a partir da construção da Rodovia PA-150, na segunda metade da década de 1970. A cidade desenvolveu-se a contento, formando um povoado que, com a organização da comunidade em núcleos, sentiu a necessidade de emancipação política do município de Acará, por quem era devidamente assistido. Sua principal atividade também era a exploraçao da madeira e a pimenta do reino.
E, finalmente o meu querido Acará. Terra de povo sofrido porém com uma capacidade intelectual infinita. Terra de grandes nomes, como o verdadeiro pai da aviação Julio Cezar; o Bravo Batista Campos, mentor da cabanagem; Felipe Patroni, advogado Acaraense que estudou em portugal e criou o primeiro jornal do Pará, que se chamava “O paraense”; dentre tantos outros desconhecidos. No entanto, nosso município não tem muito do que se orgulhar nos dias de hoje.
É noticiado semanalmente com imagens negativas em relação a varios problemas sociais que por décadas nao foram resolvidos pelos seus gestores municipais. O Acará viu de perto seus vizinhos e antigos distritos se desenvolverem e ficou parado no tempo. A prefeitura municipal é quem sustenta praticamente sozinha o município apesar de ser o maior produtor de mandioca do planeta. Infelizmente o município não conta com uma tecnologia industrial capaz de beneficiar a mandioca e exportar o produto. A maioria dos prefeitos foram perversos com o Acará. Intalaram verdadeiras quadrilhas para usurpar os poucos recursos que a prefeitura dispõe e a população hoje está “pagando o preço”, um preço muito alto.
Nós acaraenses somos privilegiados geograficamente, apesar de nosso solo não ser plano. Temos acesso tanto terrestre quanto fluvial. Estamos a apenas 100 km da capital Belém. O município precisa sair da inadimplência para poder conseguir recursos através de projetos bem como também é nescessário uma equipe técnica competente  e atuante que os elabore. São dois fatores essenciais que contribuem para a dificuldade no município de arrecadar verbas. Através de uma linguagem menos formal vou explicar como funciona a política praticada pelos Prefeitos e Vereadores do Acará: política assistencialista. Aquela que busca dar um apoio totalmente temporário ao cidadão,uma política que visa auxiliar o trabalhador num momento de dificuldade. Ou seja, pagar uma conta de água, luz, comprar um gás, dar uma cesta básica, pagar contas, e etc.. Levando crédito não só como Prefeito, mas como pessoa..Por ser uma cidade pobre e ter uma população carente, nos deparamos com inúmeros pedidos pessoais. Na visão de uma grande parte da população, o prefeito e vereador “bom” é aquele que ajuda a pagar por ezemplo, uma conta de luz, a comprar um gás, fornecer uma cesta de alimentos semanal ou mensal, enfim, uma ajuda. A política assistencialista vem ganhando grandes dimensões e se tornando frequente no município do Acará. Virou uma prática política onde a prefeitura não auxilia em curto prazo, mas compra os votos dos eleitores em troca de um “auxilio”, deixando os indivíduos em situação de pobreza.
Essa é uma cultura que precisamos perder. Não é uma prática exclusiva do Acará. Essa política de assistecialismo vicia e acomoda principalmente os cidadãos que ja vivem sem muitas perspectivas. Precisamos de cursos técnicos e superiores para os nossos jovens que infelizmente se limitam em trabalhar na/para a prefeitura ou nos comércios espalhados pela cidade e, os que ainda sonham com uma vida melhor partem para a capital paraense.
A política assistencialista é “saber jogar sujo e aos olhos do povo parecer normal”. Estamos em 2012 e é inaceitavel ver o nosso querido Acará sendo noticiado semanalmente somente com casos ruins. O povo do acará precisa estar atento para o fato de não ser interessante o fim da miséria para o político assistencialista, pois a miséria do povo condiciona esse político a permanecer no poder.
Fiz este texto para provocar você! Cidadão acaraense ou não que pode de alguma maneira melhorar um pouco nossa bela cidade de Acará e a vida de seus habitantes.
Me chamo Paulo Ricardo Oliveira. Tenho 25 anos. Sou um Acaraense apaixonado e pesquisador de sua história e seus ilustres personagens.

Leia e se gostar repasse um conterrâneo seu.

Um comentário:

  1. Parabéns meu irmão,pelo belissimo trabalho executado por sua humilde pessoa,somos ACARAENSES com orgulho...é com muito sacrificio que devemos lutar pela melhoria do nosso cantinho...aquele lugar que crescimos e que fomos tão felizes,que por falta de infraestrutura e de capacitação,fomos obrigados a nos distânciarmos daqueles que fizeram parte de nossa história.

    UM DIA RETORNAREMOS MANO E LUTAREMOS POR UM ACARÁ MAIS DIGNO E MAIS FRATERNO.

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